A Câmara do Mercado Imobiliário e o Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG ) apresentaram ontem os resultados do mercado imobiliário no primeiro bimestre de 2023. Apesar do número de unidades vendidas nos dois primeiros meses do ano ser menor que 2023 (2.980 unidades), contra 3.441 no ano de 2022, no mesmo período, a entidade entende que o mercado vai bem.
?Os anos de 2021 e 2022 são anos considerados fora da curva para o mercado imobiliário em função da pandemia. Foram anos em que as pessoas procuraram se adaptar às novas realidades: home office e a necessidade de um quarto para escritório; o fato de estarem mais tempo em casa fez com que muitas pessoas procurassem espaços maiores. Foi um período que favoreceu o mercado. Se considerarmos o primeiro bimestre dos anos ?normais? como 2019 e 2020 (a pandemia começou em março), a gente registra uma constante na alta das vendas?, avalia o diretor da CMI/Secovi-MG , Leonardo Matos. Em 2019, foram 2.513 unidades residenciais (casas e apartamentos) vendidas. Em 2020, 2.544.
Além desses dados, a entidade, em parceria com a consultoria Brain Inteligência Estratégica, apresentou outros números e análises.
Quanto ao volume de vendas, a análise mostra que o mercado residencial é responsável por 89% das unidades vendidas na Capital. Uma representação que se mantém. No acumulado de 2019 a 2023. O percentual de imóveis residenciais é de 88%.
Outro dado apresentado é que nas negociações do primeiro bimestre deste ano, 44% das unidades residenciais vendidas foram do formato padrão standard (até R$ 500 mil), 24,7% do padrão médio (entre R$ 500 mil e R$ 1 milhão). Já o padrão considerado econômico (com valor até o teto do Minha Casa, Minha Vida), representou 21,6% dos negócios.
?Em um cenário de juros altos e incertezas econômicas, o desafio do comprador que opta pelo financiamento é que ele passa a ter que ter um montante maior na entrada. E isso pode interferir nas vendas?, comenta Matos.
A pesquisa mostrou, ainda, que o valor médio do metro quadrado de apartamentos em Belo Horizonte foi de R$ 11.232, considerando as residências novas e usadas. No segmento superluxo (acima de R$ 3 milhões), o valor do metro quadrado foi negociado, em média, por R$ 19,5 mil.
Também no primeiro bimestre de 2023, considerando os preços de m² privativo nos bairros da cidade, a pesquisa identificou que os bairros Anchieta, Santa Lúcia e Luxemburgo foram os que registraram os maiores valores ? todos acima de R$ 15.000/m².
SODRÉ, Juliana. Mercado retoma patamar pré-pandemia. Diário do Comércio, 2023. Disponível em:<https://diariodocomercio.com.br/economia/mercado-retoma-patamar-pre-pandemia/> . Acesso em: 17 de mai. de 2023.