O mercado imobiliário de Belo Horizonte e de Minas Gerais está aquecido tanto na venda quanto no aluguel de imóveis, de acordo com a Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato da Habitação de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG).
No primeiro semestre deste ano, comparado com o mesmo período do ano passado, as vendas na Capital do mercado total, imóveis residenciais, comerciais, novos e usados, aumentaram 2,4%, com alta de 6% no valor médio comercializado.
Já as vendas de apartamentos, responsáveis por 76% do mercado de Belo Horizonte, cresceram 5,8% nos primeiros seis meses de 2024 em relação aos seis primeiros meses de 2023. E o valor médio foi 5,6% superior ao praticado no exercício anterior.
Se a gente continuar na mesma tendência, provavelmente vamos ter um ano, considerando o mercado total, em torno de 3,5% a 4% a mais na quantidade de imóveis comercializados em relação ao ano de 2023 em BH, disse o diretor de Pesquisa, Estatística e Tecnologia da Informação da CMI/Secovi-MG, Leonardo Matos.
Ele aponta também para os dados segmentados das vendas de imóveis por faixa de preço na capital mineira. A faixa para moradias no valor de até R$ 236 mil teve queda de 14,6% nas vendas do primeiro semestre em BH, a única categoria com variação negativa no período.
Já nas vendas de imóveis de até R$ 500 mil, maior fatia do mercado imobiliário, houve crescimento de 9,7%. O segmento mais significativo chegar a quase 10% puxa muito o mercado, porque é a maior parte dele, ressalta Matos. Ele pontua também o aquecimento do mercado de casas e apartamentos com valores acima de R$ 1 milhão.
Nesses segmentos, as vendas no primeiro semestre deste ano, em Belo Horizonte, subiram 9% para moradias de até R$ 1,5 milhão, 28% para casas e apartamentos de até 3 milhões, e 12,8% para imóveis com preços acima de R$ 3 milhões.
Já em relação aos aluguéis, o mercado imobiliário da Capital e do Estado também está bem aquecido. Entretanto, diferente das vendas, Leonardo Matos esclarece que há baixa disponibilidade de locais para locação em Belo Horizonte. Hoje existem pouquíssimos imóveis para locação. É uma necessidade um bom imóvel bem localizado e atualizado. Um imóvel que se encontra em bom estado aluga muito rápido.
Ele afirma que imóveis que não estão em um bom estado de conservação e/ou mal localizados, continuarão com dificuldade para locação, mesmo com mercado aquecido. De repente, pode trabalhar isso ajustando o valor. Agora aquele imóvel bom, bem montado, no preço de mercado, esse está raro, finaliza.
O diretor do CMI/Secovi explica que o mercado imobiliário ao redor do Estado tem acompanhado o desempenho de vendas da Capital. O programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), do governo federal, é um diferencial para as cidades do interior e da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).
Diferente de BH, essas cidades contam com muitas áreas para a construção de moradias populares. Há um movimento, vários municípios correndo para aprovar e lançar construções e empreendimentos que se encaixem no MCMV. Isso influencia muitos negócios no interior, revela Matos.
Ele declara que a tendência é que o programa impulsione o mercado imobiliário ainda mais na segunda metade do ano. O governo federal está incentivando bem essa questão do MCMV e acredito que no segundo semestre vão ocorrer vários lançamentos, que vão ajudar a melhorar o resultado de 2024 contra o ano de 2023, afirma.
Leonardo Matos considera que as atuais condições de crédito poderiam ser melhores para o mercado imobiliário, mas estão estáveis nos últimos dois anos e ainda em um patamar confortável para o mercado absorver.
Acesso em: 13/08/2024
Disponível em: https://diariodocomercio.com.br/economia/vendas-do-mercado-imobiliario-aumentam-no-semestre-enquanto-locacao-enfrenta-desafio/