O preço do aluguel comercial segue avançando em Belo Horizonte. Em julho, os imóveis comerciais na capital mineira registraram alta de 0,92%, acumulando uma variação positiva de 4,32% somente neste ano. Os dados são da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), por meio do Índice FipeZap Venda e Locação Comercial.
Com o aumento, a Capital segue entre as dez cidades mais rentáveis do setor no Brasil, ocupando a 8ª posição, com taxa de rentabilidade de 6,09% para locação. A lista é liderada por Salvador (9,43%), seguido por Campinas (7,63%), São Paulo (6,59%) e Brasília (6,43%).
Entre os bairros de Belo Horizonte com o maior custo do aluguel comercial por metro quadrado (m²), estão Savassi (R$ 42,35/m²); Santo Agostinho (R$ 37,58/m²); Funcionários (R$ 37,23/m²) e Lourdes (R$ 32,04/m²), todos na região Centro-Sul. Ao considerar todos os bairros, o preço na capital mineira registrou uma média de R$ 32,37/m².
Já em relação à valorização nos últimos 12 meses, destacam-se os bairros Santo Antônio e Savassi, com avanços de 12,3% e 10,2% respectivamente. Dentre os bairros com imóveis de maior custo, o Prado se destacou por uma queda acentuada de 14,3% na valorização, considerando também o acumulado anual.
Segundo a vice-presidente das administradoras CMI e SECOVI-MG, Flávia Vieira, apesar da alta oferta de imóveis, os preços continuam subindo ainda sob o impacto da forte queda durante a pandemia. ''É natural que agora haja uma recuperação e já existia uma expectativa em função da pandemia. O mercado foi se adequando àquela realidade e agora já notamos uma pressão para subir os valores, que ficaram muito defasados'', analisa.
Taxa de juros e redefinição no mercado podem justificar queda na venda
Apesar dos avanços na locação, a venda de imóveis comerciais em Belo Horizonte obteve queda de 0,41% no sétimo mês deste ano, com metro quadrado custando em média R$ 6.261.
No acumulado anual (julho/23 a julho/24), segundo o Índice FipeZap, a desaceleração é ainda mais acentuada, com queda de 2,49%. Entre as maiores desvalorizações nos últimos 12 meses estão os bairros Funcionários e Santa Efigênia, com queda de 6,5% e 6,4% respectivamente.
Flávia Vieira acrescenta que a queda pode ser justificada por uma série de fatores, dentre eles a superoferta e uma mudança de comportamento no perfil de trabalho dos mineiros. ''Os imóveis comerciais passam por um problema de vacância muito em razão da mudança de comportamento das pessoas, que estão optando por salas em conjunto e coworkings e isso leva a um excesso de oferta'', explica.
A especialista frisa que o volume de salas disponíveis impacta no preço e ele vem caindo porque a oferta está muito alta. Além da oferta, também é citada a alta taxa de juros do mercado e uma redefinição estratégica em função das compras on-line - que deixam investidores em dúvida sobre a viabilidade de adquirir um imóvel comercial.
Em contrapartida, Flávia Vieira menciona que os imóveis comerciais seguem com bons resultados, registrando avanços na rentabilidade, o que pode levar os investidores a optar pelo segmento em detrimento do comercial. ''Com o aumento da rentabilidade, os imóveis residenciais passaram a ser a 'menina dos olhos' dos investidores'', argumenta.
Para os próximos meses, a especialista afirma que o mercado segue observando as movimentações do setor e por não haver um horizonte de planejamento a longo prazo, os investidores seguem preocupados. ''Precisamos de segurança política e um horizonte de planejamento a longo prazo para que assim as vendas voltem a crescer'', destaca.
Confira os bairros com aluguéis comerciais mais valorizados em Belo Horizonte
1. Santo Agostinho: +12,3% (R$ 37,58 /m²)
2. Savassi: +10,2% (R$ 42,35 /m²)
3. Funcionários: +7,8% (R$ 37,23 /m²)
4. Serra: +6,9% (R$ 30,80 /m²)
5. Centro: +4,9% (R$ 20,00 /m²)
Disponível em: https://diariodocomercio.com.br/economia/preco-aluguel-venda-comercial-belo-horizonte-2/
Acesso em: 02/09/2024